Nihilismo otimista. | Kurzgesagt

🎁Amazon Prime 📖Kindle Unlimited 🎧Audible Plus 🎵Amazon Music Unlimited 🌿iHerb 💰Binance

Vídeo

Transcrição

A existência humana é estranha e assustadora.

Há alguns milhões de anos,

ganhámos consciência e encontrámo-nos num sítio estranho.

Estava repleto de outros seres!

Podíamos comer alguns; outros podiam comer-nos.

Haviam coisas líquidas que podíamos beber;

coisas que podíamos usar para fazer mais coisas.

O céu diurno tinha uma bola amarela que nos aquecia a pele;

o céu noturno estava repleto de belas luzes.

Um sítio assim só pode ter sido feito para nós!

Tínhamos algo a vigiar-nos… Estávamos em casa.

Isto fazia tudo muito menos assustador e confuso.

Mas com a idade, aprendemos mais sobre o mundo e sobre nós próprios.

Aprendemos que aquelas luzes cintilantes não brilham só para nós;

apenas brilham.

Aprendemos que não estamos no centro daquilo a que viemos a chamar “Universo”,

e que é muito, mas muito mais velho do que pensávamos.

Aprendemos que somos feitos de muitas pequenas coisas mortas,

mas que de alguma forma fazem coisas que não estão mortas;

e que não passamos de um estágio temporário

numa história que perdura mais de mil milhões de anos.

Aprendemos, espantados, que moramos num húmido grão de pó

que circunda uma estrela de tamanho médio

numa calma região de um braço de uma galáxia

que faz parte de um grupo de onde nunca poderemos sair.

E este grupo é só um de milhares

que, juntos, formam um superalgomerado de galáxias.

Mas mesmo o nosso aglomerado é só um dos milhares

que formam aquilo a que chamamos “o Universo observável”.

O Universo poderá ser mil vezes maior,

mas nunca iremos saber.

Podíamos mandar palavras ao ar como “dois mil biliões de galáxias”,

ou “triliões de estrelas” ou “bendilhões de planetas”

mas estes números nada significam.

Os nossos cérebros nem os compreendem;

o Universo é muito grande! Há demasiado dele!

Mas não é o tamanho que nos preocupa mais…

é o tempo—mais precisamente, o tempo que temos.

Se tiveres a sorte de chegar aos 100 anos,

terás 5200 semanas à tua disposição.

Se já tiveres 25 anos,

restam-te 3900 semanas.

Se morreres aos 70 anos,

restam-te 2340 semanas.

É muito tempo! Mas na verdade…

nem por isso.

E que acontece depois?

Os teus processos biológicos deixarão de funcionar,

e o padrão dinâmico que és tu deixará de ser dinâmico.

Dissolver-se-á até não restar nenhum “tu”.

Há quem acredite que há uma parte de nós que não podemos ver nem medir,

mas não temos como descobrir.

Esta vida pode ser a única,

e poderemos acabar mortos para sempre.

Isto não é tão assustador quanto parece;

Se não te lembras dos 13,75 mil milhões de anos que se passaram antes de existires,

então os triliões e triliões e triliões de anos que estão por vir

passarão num ápice quando te fores.

Fecha os olhos…

conta até 1.

É tanto quanto dura “para sempre”.

E tanto quanto sabemos,

no final, até o próprio Universo morrerá

e nunca nada acontecerá.

Os nossos vídeos induzem terrores existenciais em muita gente

e estes últimos minutos não devem ter ajudado.

Logo, para variar, gostaríamos de oferecer outra forma de olhar para estas coisas…

Um ponto de vista subjetivo e nada científico.

A filosofia de Kurzgesagt, se preferires!

Escuta, mas desconfia;

sabemos tanto da existência humana quanto tu.

Enfrentamos os nossos terrores…

com o niilismo otimista!

E que queremos dizer com isso?

Bom, para resumir:

parece altamente improvável que 2000 biliões de biliões de estrelas

tenham sido feitas só para nós.

Até parece que a existência nos pregou a partida mais cruel!

Ganhámos consciência própria…

só para aprendermos que esta história não é a nossa.

E embora seja bom perceber os eletrões ou as células,

a ciência pouco faz para aligeirar as coisas…

Pois é. E daí?

Só tens uma oportunidade de viver, e isso assusta…

mas também te liberta.

Se o Universo acabar em morte térmica,

todas as tuas humilhações serão esquecidas.

Todos os erros que cometeste não importam no final.

Todo o mal que fizeste será nulificado.

Se a nossa vida é tudo o que podemos experienciar,

então é a única coisa que importa.

Se o Universo não tem princípios,

só importam os princípios que decidirmos.

Se o Universo não tem propósito,

então nós podemos ditar qual será o seu propósito!

É muito provável que os humanos deixem de existir a dada altura.

Mas antes que isso aconteça, podemos explorar-nos e ao mundo.

Podemos ter sentimentos!

Podemos experimentar comida, livros, o nascer do Sol,

e conviver com os outros.

Só o facto de conseguirmos pensar isto tudo

já é bastante incrível!

É muito fácil pensarmos-nos separados de tudo o resto,

mas isso não se comprova.

Tanto pertencemos ao Universo como uma estrela de neutrões,

ou um buraco negro, ou uma nébula.

Ainda melhor, somos a sua parte pensante!

Os órgãos sencientes do Universo.

Somos completamente livres num pátio do tamanho do Universo.

Mais vale tentarmos ser felizes

e construir uma utopia nas estrelas.

Não é que tenhamos encontrado tudo o que há para saber;

não sabemos porque é que as regras do Universo são como são,

como é que a vida aconteceu,

nem o que é a vida.

Não fazemos ideia do que é a consciência,

nem se estamos sozinhos no Universo,

mas podemos tentar descobrir.

Há biliões de estrelas por descobrir, doenças por curar,

pessoas por ajudar, felicidade por sentir,

e videojogos por terminar!

Há tanto por fazer.

Resumindo e concluindo: já usaste uma boa parte do teu tempo.

Se esta é a nossa única vida,

mais razão é para a vivermos com diversão e felicidade.

Pontos bónus se melhoraste a vida dos outros…

… mais ainda se ajudaste a contruir um império galáctico humano.

Faz aquilo que te faz sentir bem.

Tu podes decidir o que isso significa para ti.

APOIA-NOS NO PATREON

A PLAYLIST DA CRISE EXISTÊNCIAL